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Debates marcaram a abertura da Feira do Cooperativismo

Eduardo Tesch


Foto: Eduardo Tesch (Diário)
Dezenas de pessoas participaram de assembleia nacional da economia solidária

Começou nesta quinta-feira a 25ª edição da Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop), em Santa Maria. A expectativa da organização é que 300 mil pessoas passem pelo Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, nos quatro dias. A tarde de hoje foi dedicada a palestras e atividades culturais. Já a venda de produtos começa nesta sexta, a partir das 7h30min, e se estende até domingo. Junto à Feicoop, acontece o 3º Fórum e 3ª Feira Mundial de Economia Solidária.

  • O quê - 25ª Feira Internacional do Cooperativismo, 3º Fórum e 3ª Feira Mundial de Economia Solidária
  • Quando - De hoje a domingo, com venda de produtos e palestras
  • Onde - Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter (fundos da Basílica)
  • Horários - Hoje (7h30min às 20h); sábado (7h às 20h) e domingo (7h30min às 18h)
  • Entrada - Franca
  • Estacionamento - Gratuito, acesso no Parque da Medianeira

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Durante a tarde, pessoas de diversos Estados e também de fora do país participaram de palestras, oficinas e atividades relacionadas à economia solidária. No ano passado, passaram pela feira representantes de 27 estados e 20 países. A dona Sandra Teixeira, 64 anos, era uma delas. Engenheira mecânica por formação, preferiu virar artesã. Ela conta que vem todos os anos de Caxias do Sul para expor os seus produtos. Apesar disso, para ela, debater os caminhos da economia solidária é o mais importante da feira.

- A economia solidária é minha filosofia de vida, a forma que eu escolhi para viver. Apesar do comércio, o mais importante é debater as políticas em relação a isso. Estamos enfrentando um momento difícil, mas aqui nós vemos que pode existir uma outra forma de economia, uma economia paralela - afirma.

Dona Sandra não é a única a pensar assim. Tiago Genehr, 43, participa de um grupo de cerca de 40 pessoas que vieram do Vale dos Sinos e da região metropolitana de Porto Alegre. Ele produz cerveja artesanal, mas, por escolha própria, não vai comercializar o produto. Tiago acredita que o sistema de trocas seja mais benéfico para todos. Ele acha um produto que esteja precisando entre os próprios feirantes, troca por cerveja, e fecha o negócio:

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- Nós queremos fazer trocas e não simplesmente comprar ou vender um produto, não quero monetizar. Estamos realizando também oficinas abertas ao público sobre economia solidária. Aqui é um espaço, acima de tudo, de troca de experiências.

Às 14h, aconteceu a assembleia nacional dos empreendimentos em economia solidária. Diversos representantes de vários Estados participaram do evento. Durante as falas, as reclamações se concentravam em um ponto: a falta de incentivo e apoio do governo federal para projetos de economia solidária.

A irmã Lourdes Dill, uma das organizadoras da feira, lembra que existe, no Ministério do Trabalho, a Secretaria Nacional de Economia Solidária. Apesar do esforço, segundo ela, incansável dos técnicos da pasta, projetos de economia solidária no país carecem de incentivo federal:

- As políticas públicas estão muito fragilizadas. Nós precisamos de financiamento. e ele precisa vir do governo. Afinal, eles estão administrando o nosso dinheiro, né?

De hoje a domingo, há alterações no trânsito nas proximidades do Centro de Referência Dom Ivo, na Rua Heitor Campos e vias adjacentes (veja no site do Diário).

Rumos da economia solidária são discutidos
A Feeicop não é apenas um espaço de negócios, onde feirantes e produtores vendem seus produtos e contabilizam lucros. A feira, para os participantes, é muito mais do que isso: através de momentos como esse, pessoas de vários Estados e também de outros países podem trocar experiência e, mais do que tudo, debater sobre a situação política que o Brasil enfrenta atualmente.  

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Na tarde de hoje, durante a assembleia nacional dos empreendedores em economia solidária, participantes fizeram duras críticas ao governo federal. Entre gritos de "fora Temer", as reclamações iam da falta de incentivos à economia solidária, até o corte de gastos em todos os ministérios.

- Em feiras como essas é que conseguimos discutir os rumos da economia solidária no país, entender o que realmente está acontecendo - diz Rosana Firsch, 41, que vai à feira desde 2001.

Na feira, não é difícil ver cartazes de cunho político. A irmã Lourdes Dill afirma que manifestações políticas fazem parte da essência da economia solidária.

- Precisamos dessa manifestação política das pessoas. Não podemos formar ou sermos pessoas alienadas. A economia solidária precisa da política. A economia, a questão social, tudo é política. Precisamos estar muito atentos a quem nos governa, precisamos ter pessoas conscientes de seu voto.

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